Projeto de extensão reúne comunidades islâmica, nipo-brasileira, afrodescendentes e acadêmicos em debate sobre pertencimento
A noite desta quarta-feira (12) no auditório do CCET da Uniplac foi marcada por histórias de pertencimento, acolhimento e troca cultural. O Encontro dos Imigrantes na Serra Catarinense, promovido pelo projeto de extensão Imigrantes na Serra Catarinense, reuniu representantes da comunidade islâmica e da comunidade nipo-brasileira de Lages, além de integrantes do Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros e Indígenas (Neabi). O evento propôs uma reflexão sobre a presença dos imigrantes na região e o papel da universidade na valorização dessa diversidade.
De acordo com o coordenador do projeto, professor Gilberto Sá, a iniciativa busca dar “visibilidade à presença do imigrante aqui na serra”, permitindo que sejam protagonistas de suas próprias histórias. “Visibilidade é eles serem protagonistas. É o brasileiro entender que a presença deles aqui é uma presença humanizada”, afirmou. O professor destacou ainda que o evento nasce da necessidade de promover o encontro entre imigrantes e brasileiros, fortalecendo vínculos e rompendo barreiras culturais.
Entre os temas discutidos, o combate à xenofobia foi central. Para o coordenador, “a xenofobia é um desafio, é a ideia de exclusão. O evento é para incluir, é para romper com a cultura da exclusão”. Ele reforçou que o diálogo e o reconhecimento das diferentes culturas são caminhos para construir uma convivência mais justa e plural.
Representando a comunidade islâmica de Lages, Falastin Nakhla, nascida na Palestina e residente no Brasil há 29 anos, compartilhou sua trajetória de migração. “Escolhemos Lages porque saímos de uma cidade grande, Porto Alegre, procurando uma oportunidade nova”, contou. Ela destacou o acolhimento que encontrou na cidade. “Gostamos muito de Lages, é uma cidade tranquila, onde pude criar meus filhos e trabalhar. Hoje temos quatro filhos lageanos e cinco lojas na cidade”, relatou.
A comunidade nipo-brasileira também marcou presença no encontro. Katsumi Yamaguchi, secretária da Associação Cultural Nipo-Brasileira de Lages e autora da lei que instituiu o Festival do Japão no calendário municipal, ressaltou a importância da iniciativa. “É extremamente importante fortalecer as diversas etnias que temos na região e fazer com que elas compartilhem com a comunidade sua cultura e sua história, sentindo-se pertencentes à nossa cidade”, afirmou. Para ela, o evento representa uma oportunidade de continuidade. “Espero que o programa de extensão se torne permanente e se consolide dentro da universidade.”
Além de reunir imigrantes e representantes culturais, o encontro teve também a presença de estudantes e professores da Uniplac. Segundo o professor Gilberto Sá, essa integração reforça o papel da universidade como espaço de produção de conhecimento e de serviço à comunidade. “Quando reunimos imigrantes, estudantes e professores, é no sentido de conhecer o que eles têm para nos oferecer — a riqueza cultural, religiosa, política e econômica”, observou.
O Encontro dos Imigrantes na Serra Catarinense reforçou o compromisso da Uniplac com a inclusão, o diálogo intercultural e a valorização da diversidade que compõe a identidade da região serrana.
Fotos https://photos.app.goo.gl/YxFptAnTwze6QgJr9
Repórter: Artur Miranda de Oliveira - Agência de Notícias da Uniplac / Publicado di 14/11/2025