Aos 15 anos, a jovem atleta Isadora S. Soares está prestes a viver o maior desafio da sua trajetória no Taekwondo. Ela foi convocada para disputar o Campeonato Pan-americano de Taekwondo, que será realizado entre os dias 19 e 21 de setembro de 2025, em Curitiba/PR. Em pouco mais de um ano e meio de treinos, Isadora passou de iniciante a destaque em competições regionais e nacionais, acumulando medalhas e abrindo espaço para competir em nível internacional.
Tudo começou em 2024 quando, por incentivo da mãe, Ana Karuline da Silva, ela fez as primeiras aulas experimentais no esporte. “Não foi algo que eu planejei”, lembra Isadora. “Minha mãe chegou um dia e falou: ‘Isa, a gente está tentando ver umas aulas de taekwondo para você’. Eu achava legal por causa dos filmes e séries, mas não me imaginava fazendo. Fiquei meio em dúvida no começo.”
Mas bastaram algumas aulas para a hesitação dar lugar à empolgação. “Na primeira semana achei meio estranho, não sabia se era para mim, mas o professor contava das competições, das trocas de faixa, e aquilo me animou e quando percebi, já estava levando a sério.”
Seu primeiro campeonato aconteceu ainda em 2024, em Curitiba. “Eu queria muito tirar o primeiro lugar logo de cara, mas era minha estreia. Acabei ficando com o terceiro em uma das modalidades, e para mim já foi incrível.” Em seguida, veio uma experiência marcante em Florianópolis. “Foi no Campeonato Brasileiro, lá em Floripa, que eu conquistei meu primeiro lugar. Aquilo me empolgou demais. Eu tinha tirado terceiro no primeiro campeonato, e quando veio o ouro, pensei: agora eu quero mais.”
A evolução foi rápida. Poucos meses depois, em Porto Alegre, Isadora brilhou mais uma vez. “No último campeonato, consegui três primeiros lugares e um segundo. Foi ali que percebi o quanto eu tinha crescido no esporte.” A preparação para o Panamericano tem sido intensa. Isadora treina três vezes por semana à noite, além de participar de treinos extras aos sábados. “Agora que vou ter uma folga da escola, quero treinar todos os dias. Estudar o dia inteiro dificulta bastante. Na quarta e sexta eu até fico livre à tarde, mas na sexta ainda tenho curso. Acabo conseguindo treinar só à noite mesmo.”
Mesmo com uma rotina puxada, ela se mantém focada. “O professor exige bastante. Se percebe que a gente não está dando o melhor, já fala: ‘Você acha que seus pais vão ficar orgulhosos assim?’” Além do técnico, a mãe também não alivia. “Minha mãe sempre me cobra bastante, mas sei que é por querer que eu me esforce.”
Isadora admite que sente ansiedade, mas apenas no dia da competição. “Antes fico tranquila. Só bate mesmo na hora. Mas estou confiante para o Pan-americano.” Ela diz que ainda não conhece os adversários. “Talvez eu encontre algumas meninas que já vi em campeonatos brasileiros, mas as de fora eu não tenho ideia de quem são. Tenho que estar preparada para tudo.” A atleta destaca que conta com uma rede importante de apoio. “Minha mãe é quem mais me apoia, com certeza. Mas também tenho amigos, professores da escola, especialmente o de educação física. E claro, meus treinadores.”
Ao falar sobre o futuro, Isadora revela um sonho grande. “Se eu conseguisse virar atleta mesmo, participar de Olimpíadas, seria incrível. Mas é um caminho difícil, tudo tem que ser muito regrado. Já comecei a conseguir alguns patrocínios, então tenho que mostrar comprometimento.” Ela também considera a possibilidade de ensinar. “Meu professor diz que eu levo jeito para dar aula. Já ajudei com as turmas dos pequenos algumas vezes e gostei bastante.”
Ana Karuline, mãe de Isadora, acompanha cada passo da filha com orgulho e dedicação. “Ela sempre gostou de esportes. Quando a gente se mudou, eu procurei uma alternativa que fosse adequada para a idade dela e acabei conhecendo o taekwondo”, conta. “Desde o início ela mostrou muita dedicação. Hoje, eu acompanho os treinos sempre que posso e converso com o professor. O desempenho dela é excelente.”
Além do envolvimento emocional, Ana também se empenha em viabilizar financeiramente a trajetória da filha no esporte. “No começo a gente fez rifa, juntou apoio de familiares. Agora conseguimos patrocínio com a Uniplac e algumas empresas da região. Mas as despesas continuam sendo altas.”
A experiência no Pan-americano também será especial para a mãe. “Ver ela chegando tão longe em tão pouco tempo é muito emocionante. É um orgulho, mas também um desafio, porque exige muito esforço da gente. Mas quando chega o dia do campeonato, a gente entra na torcida junto e tudo vale a pena.”
Ana espera que a filha aproveite cada momento. “Espero que ela volte com mais confiança, com mais maturidade. Vai ter contato com atletas de outros países, vai aprender muito. E, principalmente, vai entender que tudo na vida exige esforço. Que para alcançar o que a gente quer, precisa lutar.” Isadora, por sua vez, encara a competição como o começo de um novo capítulo. “Vai ser minha primeira competição internacional, e ainda por cima aqui no Brasil. Isso é muito especial. Quero dar o meu melhor.”
Texto e Foto João Lucca da Silva e Raissa Xavier / Central de Notícias Uniplac (CNU) / Publicado dia 08/09/2025.