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Setembro Amarelo: quando a ênfase na dor pode ser um risco

O mês de setembro se tornou referência mundial na sensibilização sobre a prevenção do suicídio. No entanto, especialistas alertam que a maneira como esse tema é abordado pode, em alguns casos, gerar o efeito contrário ao esperado.

O professor e psicólogo da Uniplac, Paulo Zulmar Panatta - CRP 12/09010, que também atua na gerência de saúde mental e pela vigilância epidemiológica, explica que falar superficialmente sobre o tema pode reabrir feridas já cicatrizadas ou despertar gatilhos em pessoas vulneráveis.

“O Setembro Amarelo é importante, mas quando a abordagem fica apenas na dor, sem profundidade, corremos o risco de banalizá-la. Isso pode levar pessoas a associarem o mês como um momento propício para organizar ou cometer o ato fatal”, afirma Panatta.

Segundo ele, o movimento deve priorizar a promoção do bem-estar mental de forma integral, abordando qualidade de vida, enfrentamento e acolhimento.

“O suicídio é o fim de um processo que começou muito antes. Quando alguém diz que quer chamar atenção, na verdade está pedindo: olhe para mim, me escute, não me julgue”, destaca.

Para o professor, a solução está em ampliar os espaços de diálogo e fortalecer as redes de apoio já existentes.

“Temos pessoas preparadas para acolher: Centros de Atenção Psicossocial, unidades básicas de saúde, o Centro de Valorização da Vida pelo 188, professores, universidades. Muitas vezes, o professor é a figura de confiança do aluno, alguém com quem ele pode abrir o coração sem medo de julgamento”, reforça.

Ele resume sua atuação em um gesto simples, mas poderoso: oferecer uma pausa.

“Às pessoas em sofrimento, eu ofereço coragem quando falta coragem, segurança quando falta segurança. E aos que pensam no suicídio, eu ofereço uma vírgula: dá um tempo, espera um pouco. Vamos analisar juntos o que está acontecendo em volta de você. Às vezes, o tempo ajuda a clarear”, conclui Panatta.

A mensagem, segundo ele, é que a prevenção não deve se concentrar em um único mês, mas ser uma prática diária de escuta, cuidado e valorização da vida.

 

Publicado dia 17/09/2025.

 

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